O
ônibus estava terrivelmente cheio, de todas as espécies de gente havia ali, do
mais simples ao empresário. Eu seguia até o aeroporto; pelo motivo de o ônibus
não parar exatamente no aeroporto, é que eu prestava bastante atenção, pois eu
teria que descer próximo de um retorno conjunto ao aeroporto Cunha Machado. Em
alguns minutos já em pé no ônibus, a cobradora me informara que o retorno
estava muito próximo e que eu já devia me preparar para descer do ônibus.
Assim
que descido, comecei a caminhar loucamente para o aeroporto; de onde desci,
precisei percorrer cerca de 1 km até a área de desembarque. Conforme andava
várias empresas de transporte estadual iam me perguntando se eu estava indo
viajar a algum interior de nosso estado; eu negava relutantemente em cada van
que via. E dava cada vez um passo maior que a perna, estava apressado. Meu
tempo limite era 13h55 e me restavam apenas quinze minutos, atravessei a rua
adoidado e só não corri o trecho até a entrada do desembarque por querer chegar
sem suor; mas foi inevitável...
Vendo
que me restavam cinco minutos, corri até o banheiro trocar de blusa, pois eu já
estava transpirando abusivamente, da camisa que eu usava retirei meu papel de
identificação para meu visitante. Trocada a blusa, segui com o papel no bolso
da calça e segurando uma sacola e uma mochila, fui à área de desembarque. Coloquei a sacola entre meus pés e retirava
meu papel do bolso, desdobrava-lhe e o mesmo estava visível a todos os
passageiros vindos do voo no pátio.
O
visitante já estava visível e eu o reconhecera de longe, pegando sua mala, e
vindo em minha direção, eu me sentia completamente em adrenalina; não sabia
como reagir; minhas pernas estavam bambas, e minhas mãos tremulavam segurando o
papel. Com seu andar a esmo, e seus braços como asas; usando uma camisa de
manga longa de tecido xadrez rosa e uma calça jeans social, assentia quando via
seu nome na plaquinha. De súbito eu virava a mesma que continha outra mensagem
ao seu revés: “Casa comigo?”.
A
partir de lido o bilhete pelo Raphael, ele vinha a me dar um beijo, e logo um
abraço. A reação de todos em volta era de espanto imediato. Segurando-lhe em
braços, e com as pernas sucumbindo à gravidade, eu lhe disse:
- Eu te amo tanto meu guri. – Disse isso com um aperto
enorme no coração.
- Eu também te amo meu garoto – Ele me era recíproco.
- Eu também te amo meu garoto – Ele me era recíproco.
Seguimos,
em alguns minutos, até a parte de fora e pegamos um táxi até o hotel em que nós
ficaríamos hospedados. No caminho até o hotel trocamos anedotas fúteis. Eu
estava completamente pasmo; o amor de minha vida estava perante meus olhos e
era inacreditável, eu toque em meus lábios estavam cintilando e ansiando por
mais. Seus lábios norte me dominaram.
Chegados
ao hotel, fomos direto ao balcão fazer a checagem de nossos nomes no hotel. O
rapaz nos atendera bem e nos dera a chave do quarto 319, seguimos as instruções
dadas até nosso quarto e percorremos um corredor enorme. Nosso quarto era o
último do corredor...
Já eram
quase 15h00min quando entramos no quarto, jogamos a bagagem num canto e nos
sentamos na cama; ele pegou minha mochila e tentou cúria-la, de súbito quebrou
minha bagagem quando eu tentei tomar dele, pois ele iria pegar minha surpresa.
Fiquei tentando ajeitar minha bolsa favorita, enquanto ele só me olhava; acabei
por desistir de tanta insistência dele. E peguei o seu presente de minha bolsa.
Mandei-lhe fechar os olhos e peguei uma pequena caixa da bolsa. Mandei-o abrir
os olhos e quando viu a caixinha com os dizeres: “One kiss to open”, perguntou
aonde deveria beijar, já me chamando de safado.
- Beije-me onde quiser! – Afirmei a ele
Vindo
até mim, o guri me vinha tirando a blusa que eu usava e beijara meu umbigo. Uma
sensação constrangedora me consumia e eu só tinha a sucumbir. Dei-lhe a caixinha
com disposição a abrir. Dentro da mesma havia um coração com um colar, além de
algumas frases aleatórias. O momento era mágico e ele percebera que meu coração
era só dele. Dei-lhe um beijo na bochecha e ele se distanciou assim depois. Ele
pegou em sua mala duas camisas e uma cueca, e me mandou experimentar.
Assim
no banheiro, vesti a cueca e uma das camisas. Eu estava apreensivo se ele
gostaria de mim ou não, se iríamos manter relações sexuais; estava
completamente nervoso. Ajeitei meu cabelo e fui até ele exibir minhas novas
vestes.
- Ficaram boas pra você? – Ele perguntou
- Sim, acho que sim! – Assenti nervoso.
- Sim, acho que sim! – Assenti nervoso.
De
súbito fui ao banheiro experimentar a outra camisa. Eu estava nervoso demais,
não sabia o que fazer e/ou como fazer algo. Só sabia que o amava e de mais puro
sentimento nunca sentira antes. No banheiro me troquei e tentei manter a calma,
coloquei a outra camisa e fui até onde ele novamente. O piso parecia
absurdamente mais gelado e minhas pernas permaneciam bambas.
Voltei
ao banheiro e fingi que ri... Entrei na área de banho, e abri o chuveiro: a
água estava fervendo, abri a outra torneira e a água aparentou mornitude.
Passava-me o sabonete e o Raphael entrou no banheiro como em uma de minhas
crônicas antepassadas. Tirava sua cueca rosa e a colocava no chão. Próximo à
minha e riu por ver que seguia o antigo roteiro... Entrou na área de banho
junto a mim e esfregou minhas costas, e minhas bochechas ásperas também.
Pôs-me
perante a parede e desperdiçávamos água por um estante; suas pernas entrelaçavam-se
entre as minhas e ele me beijava. Eu me sentia um, com ele. Eu parecia apenas
um meio, e com ele virava um inteiro. A libido era mais alta e toda a agonia se
sucumbira ao sentimento da libido que era incontrolável. Pegava-lhe em seus
cabelos traseiros e o apertava num beijo sufocante. Seguimos molhados mesmo,
até o colchão e praticávamos novela.
***
Seguimos até um banho forçado e
era risível quando um passava xampu no cabelo alheio fazendo diversas formas
apenas com o objetivo de riso mútuo. Era lindo ver seu riso ali diante o meu.
Ver seus olhos brilhando como nunca antes em foto. Ele me jogava água e
parecíamos duas crianças se divertindo. Espalhávamos o melhor de nossa alma. O
mais belo e puro sentimento que poucos sentem.
Ajudei-o a se enxugar e coloquei
minha roupa nova, estava me sentindo a pessoa mais feliz do mundo, porém com
algumas dores... Guardei as roupas sujas e escondi a cueca rosa dele: a qual eu
prometi que lhe roubaria. Com a roupa já colocada, eu abusava do secador de
cabelo que ali havia. – Eu como garoto normal, jamais tive um secador em casa.
– E parecia criança com tudo o que fazia. Minh’alma estava, aparentemente, renascida.
Saímos para o shopping de ônibus;
o roteiro era que descíamos uma ladeira em conforme sincronia com o século
retrasado. Andávamos pela ilha do amor, observando a maré, próximo ao cais da
cidade. O cheiro doce-amargo que aquela água trazia às narinas era agradável.
Entramos
no terminal e pedimos informações procurando a plataforma em que poderíamos
pegar um ônibus em direção ao shopping. Chegamos à plataforma número 3 e
esperamos pouco menos que quatro minutos até a vinda do nosso ônibus.
Precisamos agir rápido na tentativa de um lugar para sentar. Ele se sentou e
fiquei em pé por alguns minutos. Tirei fotos dele para recordação, talvez. Em
algum tempo eu consegui me sentar do seu lado e lhe sussurrei:
- Eu te amo.
Não
demorou muito e chegamos ao shopping, fomos direto até um restaurante;
estávamos morrendo de fome. Jantamos uma espécie de almoço. Enquanto
esperávamos a comida chegar ali numa área reservada, víamos novela, ao mesmo
tempo em que pretendíamos imitá-la. Ele beijava minha pele paulatinamente e
conforme nos olhávamos um ao outro. Era de longe o melhor sentimento.
Beijá-lo...
De demora o nosso prato chegou, e
ele estava morrendo de fome. Como bebida, eu pedi meu refrigerante favorito e
estadual. Ele o mais internacional possível. O “almoço” era carne com arroz e
feijão. De modo bem mais enfeitado e cheio de glúten. Assim que satisfeitos, o
que me era bobo, pois eu estava deixando comida no prato: coisa que considero
absurdo. Seguimos para pagar o prato.
Fomos até o cinema e resolvemos
assistir um filme. O que estava disponível era um nacional, fomos assistir.
Assim que na sala, ele resolvera me abrir a porta. Entramos e, num escuro,
fomos até nosso lugar marcado.
De tempo em tempo repetíamos os
mesmos diálogos seguidos de beijos:
-Amor, o filme. O filme.
Beijava-lhe
como distração perante o filme cômico, mas era inevitável a atração de nossos
lábios.
Após incontáveis beijos, e o
filme acabado descíamos o andar ele quis comprar sorvete. Fui ao banheiro e
pedi que me esperasse. No banheiro, eu tentara me limpar de um algo que estava
me incomodando. Tinha minhas teorias, mas mesmo após a limpeza a dor
continuava. Tomei o sorvete e ele limpara meus lábios com caramelo. Dera-me um
beijo em público e meu coração parecia explodir.
Ao seu beijo, meu riso é imediato;
com louvor é que posso dizer que ao ver outros casais se beijando, não sei
necessariamente se é isto o que sentem, mas se o for; eles são muito sortudos
por terem alguém que lhes proporcione este algo indefinível.
Descemos a escada rolante e
seguimos até a parada de ônibus, eu ainda comendo sorvete e me lambuzando todo.
O ônibus não tardou a passar. Subindo nele pude me sentar à janela e no banco
mais alto da parte traseira no ônibus.
De conversa só trocávamos
anedotas bobas e o dia parecer ser o melhor da minha vida. Não demorou muito e
chegamos ao terminal; seguimos andando num pouco escuro da cidade com suas
luminárias de séculos passados. Passamos próximo à casa da governadora e em
poucos minutos estávamos no hotel.
No balcão perguntamos se o problema
no quarto já havia sido revisto. O ar-condicionado não estava gelando.
Informaram-nos que iriam chegar o quarto em alguns minutos. Fomos até o quarto
e nos deitamos na cama, naquele calor. Fui ao banheiro me queixando um pouco de
dor ainda, sentei-me no vaso sanitário e tentei me livrar de um algo talvez
imaginário.
Abri a porta e fui banhar,
depois. Um homem veio recolher nossa bagagem, pois estávamos mudando de quarto
enquanto eu banhava. O Raphael me assentira isto por voz. Quase no fim de meu
banho ele entra no banheiro dizendo que vamos até o quarto 439 no andar acima. Ajudou-me
a enxugar a pele e a me vestir. Perguntou se eu estava melhor e eu assenti
depois.
Tentamos ajudar o moço o qual
estava carregando nossa bagagem do modo que pudemos. O elevador estava quebrado
e seguimos até o andar seguinte pela escada. O moço, orgulhoso, negara nossa
ajuda e fomos até o quarto. Quando nós chegamos, eu já me deitara na cama
enquanto o Raphael ligava o ar-condicionado.
Em alguns três minutos, o moço já
esquecido batia na porta e o Raphael fora atendê-lo pegando as bagagens.
Deixava num canto e me chamara me mostrando uma cama a mais naquele quarto. O
moço voltara para pegar mais bagagens e ficamos observando a vista que aquele
compartimento tinha a nos oferecer de brinde.
O moço voltou dessa vez eu fui
pegar o resto da bagagem. Perguntei-lhe se havia mais alguma coisa a buscar e
ele disse que não. Voltei para a cama inicial onde o Raphael me esperava já no
ponto de dormir.
Fiquei agarrado com ele, sem pensar
em largá-lo. Ele possuía uma pele quente à qual eu estava me aquecendo mediante
o frio do novo quarto. Conversávamos como sempre e parecia que nos conhecíamos
a anos, o que era verdade, mas era a primeira vez que nos víamos pessoalmente o
que era completamente estranho e novo. Coloquei minha cabeça sobre seu peito e
dormia enquanto ele me fazia cafuné e sussurrava me amar.