quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Até logo

---------Maria, você que não gostava de seu nome, por ser um tão comum e com inúmeras as locuções... Você era Aparecida também; Maria que apareceu no sobrenome de avó, me teve em braços quand'eu nascido e eu em colo no seu óbito...
---------Maria, você faz falta, mas não posso querer ser egoísta em lhe querer só pra mim; você se foi por livr'escolha. Agora aqui estamos sempre a sós. A Rachel em seu sofá, o Júnior em seu computador e eu com meu caderno e lápis. Mas agora tenho de brinde minhas lágrimas, as quais você já não possuía mais.
Maria, você foi um amor, a primeira prova que tive de que este existia, você foi a primeira na qual pude confiar o meu sentimento mais puro. Você não só me foi mãe duas vezes, como aparentou ser a única...
---------Houve um dia no qual nos divertimos tanto quanto possível; você me ofereceu R$0,05 e foi neste dia que eu descobri que a felicidade não tinha preço.
------------------Vó;
Mãe...;
---------Maria, não posso lh'afirmar que um dia nos veremos novamente, mas em todo o caso, se nos vermos, eu corro a um abraço. Caso o mesmo não ocorra - O que acho bem mais possível - que nem mesmo me veja ou ou ouça, vou lhe ter no peito.
--------- Você que tanto queria ir ao céu, o possui agora, tua estrela-nome brilha no céu toda noite - santa ou não!
--------------------------------------------- Até logo, Maria..

Pseudônimo

------- Ele - Garoto sem nome - anda pela rua, tendo como companhia apenas a Lua e as luzes de postes antigos; Ele anda perante o centro sem rota mesmo. Perdido em seu esmo.
------- Veste sua camisa surrada de bandeira - O país que pouco importa agora - Anda apenas se lembrando de seu passado; fora dali, de seu estado Pará, mas não tão fora; queria ele ter parado-se... ------- O vento que se vinha doutro mundo não parecia curá-lo; este pobre moço tem seus passos amargos num caminho alheio.
------- Ele encostava-se em um banco na incompleta solidão daquele centro. A chuva lhe mesclava. Coube-lhe confundir chuva e lágrimas; o chão mudava de cor paulatinamente e o mundo em qu'estava ficava cada vez mais molhado...
 ------- Todo encharcado o garoto se via sem mundo novo; sem perspectiva; apenas solidão... Vida vão. ------ O vento molhado da chuva o quebrantava como um deus que lhe quisesse vender alento. O moço em todo o seu tento sucumbia sua cabeça aos céus e dizia:
- Me perdoe!
------- Sua voz não era doce; nem tão amarga; o importante é que cumpria a sua promessa de jamais esquecer sua pessoa amada.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Maria

Maria

Tu te fostes

e veio a primavera, de súbito

pensei:nasce um'árvore

com esse amor;


Minh'avó tu te fostes e já

estamos aqui quase verão.

Se bem te lembras:

Ás 16 pão...


A primavera um dia se vai,

mas um dia volta;

tu que se foste em

em meus braços

contando-me teus traços;

A primavera se volta

no equinócio

sem ócio...

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Quem é essa tal de Sociedade?

Adicionar legenda
- Isto é irracional! – Eu digo.
- É a sociedade. – Diz-me ele.
- E quem é esta tal de Sociedade? – Audacio perguntar.
                Esta pergunta me deixa absurdamente encabulado, quem é essa covarde da Sociedade que só se mostra através de pessoas sem uma dúvida; quem é esta, Sociedade que me dita regras, me limita me prende?
                É absurdo este conceito de sociedade, esta nunca agrada a todos, muito menos à ética. Quem é esta Sociedade que vem dizer que qualquer coisinha é tabu? Quem é esta Sociedade que desagrada a todos os comuns como eu ou a você?
                Quem é esta Sociedade a qual dizemos participar, mas no fim só pensamos em nós. O egoísmo humano chegar a ser agudo, neste mundo mudo. Num tremendo exagero. Estou irritado até s glóbulos como costumo dizer em um poema meu: “Pharmácia” no qual digo que o mundo já virou comércio.
                Quem é esta sociedade a qual eu nunca vi, a qual eu nunca elegi perante minha ética. E que ainda ousa reinar sobre nós.
             Quem?
                                                                                                      Quem???

                    Quem é esta tal de sociedade? 

Moeda por favor

Você, moça, chega a me caçar;
Por meio ditado diz m’amar
Abusa da moeda maior q’dólar
Nesse não-lar, m’aprisiona;
Tu me riscas, e em um dia
Não sei se quero ser apagado
Na moeda do eu(ro), tu ria
Aguda covardia

Tu me (o)usas dizer
Que não te dou bem querer
Por ser quem me sou!


Mais preocupada com moeda,
                    Não a correta;
Me vens dizer:
Por favor,
                sem amor.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Xícara d'universo

                Olhava o céu noturno, ali, a esmo pela varanda de sua casa; o que mais lh’encatava eram as estrelas que salpicava a lua. Imaginava a Lua como seu reflexo, apenas de perfil. Dia ou outro tinha marcas a mais ou a menos que noutro dia; apenas ria sem motivos vendo o céu curiar sua agonia.
                A Lua não enjoava de seu telespectador favorito, se pudesse lh’enchugava as lágrimas que do favorit’escorriam. Sempre um mínimo mais tarde saia da varanda e ia dormir, portando seu pijama e suas tristezas. Ia aconchegar-s’em sua cama macia, sem companhia... 


                O relógio ainda invisível cumpria seu trabalho em alarmar ali pelas 6h da manhã. Não bobo, não nada nosso respectivo lunático desativa o alarme e fica uns minutos na cama tentando tirar a preguiça e dali sair.
                Agora visível o relógio calado indicava 6h13min, Lunático corria para cumprir seu papel de chegar à escola ás 7h. Ligava a cafeteira e deixava-a trabalhar enquanto ia-se banhar.
                Enxuto o corpo, Luna ia vestir-se com a farda; punha o café na garrafa e depois sua fração em xícara; adicionava o açúcar-leite condizente.
                Luna só conseguia pensar em uma coisa – Mariano Estrela – Seu cérebro imitava câimbra e formigava a mente com minúsculos estalidos só de lembrar que o veria hoje e que tentaria assumir-se à sua Estrela.
                Menos de um quarto de hora faltando, Lunático e seu cérebro estalado, sorria para quem via no caminho até chegar a sua cadeira de costume, próximo à parede. Encostava sua bolsa ao chão e esperava sua agonia esvair-se.
                Visto dum terceiro, Luna aparentava uma pessoa normal por ali trocando anedotas com o seu grupo de íntimos, mas ainda lhe faltava Estrela chegar; Mariano chegou atrasado exatos 8min23seg. Luna correu a abraçá-lo com um espanto de curiosos, Lunático não podia fazê-lo.  Mariano sentou-se um pouco longe de Luna desta vez, manteve o olhar preocupado, um pingo assustado. O som da geografia ministrada não era audível a Luna que estava sentindo-se absurdamente vago.
                Três horários passados todos saiam ao recreio; Lunático pegou seu livro e foi ao seu canto ler mais um de seus autores favoritos. Mariano encabulado todo, foi até Luna.
- Oi...
- Oi, Mariano – Um silêncio absoluto os descrevia. Lunático gritava todos os seus desejos em mente, mas não conseguia dizer muito. Num desejo inconfundível conseguiu dizer, mesmo que serrando os lábios:
- Que ir à minha casa hoje?
- Quero! – Mariano não se demorou muito a responder.
- Até logo, continue seu livro, não quero atrapalhar. – Mariano saiu-se de fino andar, escondendo um enorme riso de felicidade. Luna não conseguia de modo algum esconder seu riso completamente frouxo de orelha a orelha sabendo que veria sua estrela em casa hoje.
                Os segundos pareciam ter entrado em greve ao ponto de apenas uma ínfima porcentagem querer trabalhar. No fim do horário Lunático qu’estava escondido só pensava em desistir de levar Mariano à sua casa. O povo todo qu’ia até o portão distanciavam-se em seu vão. Mariano via Luna tentando fugir, mas tão logo lhe surpreendera encostando sua mão em seu ombro.
- Vamos! – Disse apenas esta palavra sem demonstrar seu nervosismo.
                O caminho era curto, desceram uma ladeira um muito íngreme e chegaram ao portão em apenas sete minutos. Lunático morava só desde que sua avó morrera. Mariano entrou sem se demorar e com seu estomago a roncar, ousou perguntar:
- O que tem pra comer?
                Luna conteve toda e qualquer vontade libidinosa e apenas disse que ainda iria cozinhar.
                Seguiram a receita tal qual. Enquanto Lunático punha o arroz para cozinhar, Mariano separava o feijão; o feijão na panela, o arroz já quase pronto Mariano temperava a carne. Lunático, que sem nada pra fazer foi ralar cenoura com vontade de comer bolo. Pediu que Mariano lhe trouxesse ovo e foi uma lambuzada toda.  Luna pegou um ovo e tacou na cabeça de Mariano, sem mais nem menos ele revidara jogando farinha de trigo.


                A sujeira foi muita, mas Mariano até que ajudou a preparar o almoço que servido foi só lá pras 15h30, hoje seria Bisteca de gado, feijão, arroz e farinha. Enquanto comiam, deixavam o bolo no forno qu’era de sobremesa. Mariano estava para fadigar o garfo quando seu telefone inicia a tocar.
- Alô, mãe? – A outra voz nos era inaudível.
- Vim na casa de um amigo – O fonema daquela palavra doía...
- Posso dormir aqui? – Agora falava com Luna.
- Pode, pode sim – O modo como falava era gaguejante.
- Sim, mãe, vou dormir aqui. Até amanhã. – Desligou o telefone e em mente ambos demonstravam uma felicidade absurda.
                O relógio que já estava invisível novamente anunciava que já era hora de apagar o fogo do bolo. Mariano o fizera e ao achar um palito espetou-o a fim de ver a textura do bolo. Resolveu deixá-lo por lá algumas unidades de minuto. Cada um lavou sua louça e foi o tempo qu’esperaram para a retirada do bolo. Partidos dois pedaços cada um comeu o seu.
- Este bolo está ótimo! – Afirmou Mariano.
                Sem muito que fazer, cada um foi para a varanda ver o movimento acontecer. Viam as pessoas em toda a sua preocupação diária. Tentando seguir em frente em suas vidas de José, sem reparar direito no mundo que lhes têm.
                Já perante o crepúsculo, Luna resolve ser lua perto de sua estrela.
- Mariano, eu preciso lhe dizer uma coisa, ou mais de uma... – Lunático em todo o seu advérbio disse essas palavras.
- Pois diga – Mariano respondeu no mesmo timbre.
                Ao ver da Lua que ali já se fazia presente, os dois lhe lembravam seu passo. Inúmeras foram às vezes que Lua via casais daqueles belos. Toda envergonhada salpicou-se o céu com incontáveis estrelas.
                Mariano andava um pouco tentando chegar perto de Luna. Tocava-lhe em seus cabelos negros e curtos. Olhava em seus olhos mulatos um reflexo tamanho brilhante idêntico ao da Lua ali no céu.  Mariano sem ouvir nada, disse ao vento que lh’enviasse a mensagem:
- Eu te amo, Pedro.
                Encostado à parede da varanda, Pedro – Lunático –, era beijado por Mariano que lhes mantinham com olhos fechados.

A lua observava seu visitante favorito sentado agora ao lado de seu amado na varanda, olhando-a cada vez com mais ofuscante iluminação nos olhos de Lunático.
- Vê aquela estrela ali, Mariano? – Pedro perguntou aconchegando-se n’ombro de Mariano.
- Qual? Aquela ali perto da Lua?
- Sim, sim. Esta mesmo!
- Quê que tem ela?
- Ela agora é tua estrela-nome!
Ironicamente a estrela citada ofuscava a Lua. Agora de fato eram mútuos os reflexos um do outro. Lua e Estrela, tanto no céu como na terra. 




                 

Leite com nescau

A noite era preguiçosa e conseguia passar bem devagar, me deixando aproveitar minha fascinante companhia.
- Amor, eu estou com fome. – Ele me dizia em sua voz cheia de falsetes.
                O Rapaz estava sem camisa, com seu corpo castanho, m’iludia todo, mas conseguia responder:
- Compramos biscoito, leite e Nescau; lembra-se não?
                Pegou-me nos braços com medo de uma mínima ausência de seus olhos e catamos os ingredientes no frigobar d’otel.
- Esquecemos-nos de comprar colher... – Ele m’encantava na sua doce voz falseada.
                Colocou o leite nos copos e despejado era o solvente do Nescau. Cada um girou com o dedo o copo alheio.
- Tá gelado – Eu tirara de súbito o dedo do copo, o qual ele s’aproveitava para lamber.
- Morno agora? – Ele perguntara e punha, também, o dedo em seu copo; dera-me seu dedo, enfim, para fazer o mesmo.

                Ali naquela mesa, dois amantes, que se viam tinha se conhecido havia pouco tempo, por manterem a significativa distância de mais de 1megâmetro.